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Dependência Emocional: Quando o amor se torna uma necessidade

  • Foto do escritor: Suellen Dias
    Suellen Dias
  • 28 de out.
  • 2 min de leitura

A dependência emocional não se trata apenas de “amar demais”. Trata-se de precisar de alguém para se sentir completo - a ponto de o nosso humor, senso de valor e equilíbrio emocional dependerem de como essa pessoa nos trata.


No início de um relacionamento, é natural sentir conexão, empolgação e até um pouco de ansiedade. Mas quando a dependência emocional se instala, a conexão se transforma em dependência: o medo de perder o outro passa a controlar a forma como pensamos, sentimos e agimos.


Sob a perspectiva cognitivo-comportamental, isso acontece por causa de crenças subjacentes e pensamentos automáticos. Uma pessoa emocionalmente dependente costuma carregar regras internas como:


  • “Se eu não for amado(a), não tenho valor.”

  • “Se eu ficar sozinho(a), não vou conseguir lidar com isso.”

  • “Eu preciso sempre agradar os outros para evitar rejeição.”


Essas crenças moldam comportamentos como buscar constante reafirmação, sentir ciúmes excessivos, evitar conflitos ou se sacrificar para manter a harmonia. Paradoxalmente, esses mesmos comportamentos acabam afastando o parceiro - alimentando o medo que os originou.


Vamos imaginar um exemplo.


Laura cresceu acreditando que precisava “merecer” amor através da perfeição e do cuidado com os outros. Já adulta, sempre que seu parceiro parece distante, ela entra em pânico, assumindo que isso significa que ele está perdendo o interesse. Ela manda várias mensagens, se desculpa sem motivo e reprime suas próprias necessidades para evitar conflitos.

Com o tempo, Laura começa a perder sua independência e autoestima. Seu mundo passa a girar em torno das reações e da aprovação do parceiro. Quanto mais ela tenta se adaptar ao que acredita que ele quer, mais desconectada fica dos seus próprios desejos, opiniões e identidade. Nesse sentido, a dependência emocional não diz respeito apenas ao medo de ser abandonado - mas também à perda da conexão consigo mesmo.


Na terapia, Laura aprendeu que suas reações não são causadas pelo comportamento do parceiro, mas sim por uma crença profunda: “Eu não sou digna de amor, a menos que eu seja necessária.”


O trabalho terapêutico envolve identificar essas crenças, questionar sua veracidade e construir novos padrões cognitivos e emocionais.


Gradualmente, o objetivo é substituir a dependência por uma interdependência saudável - em que o amor é uma escolha livre, não um medo de perda.


A verdadeira conexão não está em precisar do outro para se sentir completo, mas em escolher o outro enquanto se permanece inteiro.


Se você já se sentiu com medo de ficar sozinho(a), buscando constantemente segurança, ou esquecendo das suas próprias necessidades em um relacionamento, saiba que não está sozinho(a). A dependência emocional é mais comum do que parece - e isso não significa fraqueza ou incapacidade de amar. Significa que existem feridas emocionais pedindo para ser compreendidas, não julgadas.


Através da terapia e da autoconsciência, é possível reconstruir um senso de identidade que não dependa da presença de outra pessoa. Aprender a manter-se conectado(a) consigo mesmo - com seus valores, limites e desejos - é a base de qualquer relacionamento saudável.


Amar não precisa significar se perder. Às vezes, o gesto mais corajoso que você pode fazer pelo seu relacionamento é começar a se reconectar com você mesmo(a).

 
 
 

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