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Por que os relacionamentos estão tão "líquidos" hoje?

  • Foto do escritor: Suellen Dias
    Suellen Dias
  • 1 de dez.
  • 2 min de leitura

Vivemos uma era em que as pessoas desejam intensamente amar, mas têm cada vez mais dificuldade de sustentar um relacionamento.

Essa contradição tem sido chamada de amor líquido, inspirado pelo sociólogo Zygmunt Bauman, e descreve bem o cenário atual: vínculos frágeis, facilmente descartados, onde a busca pelo amor existe, mas a disposição emocional para construir esse amor é limitada.


O ideal imaginado vs. o amor real


Hoje, muitos entram em um relacionamento carregando expectativas irreais sobre o que é amar. Querem que:


  • que seja leve,

  • que flua naturalmente,

  • que haja química constante,

  • que não exista conflito,

  • que o outro adivinhe necessidades,

  • que tudo se encaixe desde o início.


Essa fantasia é reforçada por redes sociais, romances idealizados, cultura da performance e a promessa de que "relacionamento bom é fácil."


Mas a verdade é: a paixão cria a ilusão da perfeição; o amor exige construção.

Quando o real aparece - com diferenças, vulnerabilidades, hábitos irritantes e necessidades opostas - muitos interpretam como falha, não como processo.


Muitos casais terminam não porque não combinam, mas porque não sustentam a travessia do ideal para o real.


A paixão é confundida com amor


A paixão é química, imediata e intensa.

O amor é construção, constância e escolhas diárias.


A paixão idealiza.

O amor enxerga.


A paixão quer sentir.

O amor quer construir.


Por isso, quando a adrenalina passa e o cotidiano chega, muitos acreditam que "acabou o amor”, quando na verdade o amor está apenas começando a aparecer.


Ansiedade por amar vs. baixa tolerância a frustração


Vivemos o paradoxo emocional da modernidade:

As pessoas querem intensamente encontrar um amor, mas toleram muito pouco o desconforto necessário para construí-lo.


Ao primeiro sinal de conflito, falha, divergência ou frustração, a reação comum é abandonar. Não porque o vínculo não tem potencial, mas porque:


  • exige comunicação,

  • exige ajustes,

  • exige vulnerabilidade,

  • exige responsabilidade afetiva,

  • exige enfrentar o próprio emocional.


Em outras palavras: exige maturidade relacional.


O "não era como eu imaginava"


Quando um dos pares deixa de tentar ser o que o outro deseja, o real aparece, e muitos se assustam. Pois, de repente, percebem que o outro:


  • tem inseguranças,

  • não é perfeito,

  • possui hábitos irritantes,

  • pensa diferente,

  • tem limites,

  • não preenche todas as expectativas.


E então surge a frase que escuto com muita frequência na clínica "Não era como eu imaginava.” É nesse momento que muita gente pula fora - não porque o amor não existe, mas porque o esforço assusta.

Mas relacionamentos duradouros não são sobre combinar perfeitamente, e sim sobre aprender a combinar.


Relacionamentos líquidos são consequência de tolerância baixa à frustração + expectativas altas de perfeição.

Os casais que permanecem juntos não são “perfeitos”, mas aprendem que o amor não é um "encontro mágico” e sim uma "construção diária."

 
 
 

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